domingo, 21 de novembro de 2010

RAPIDINHAS GRAMATICAIS – 3

11  ANTÁRTIDA / ANTÁRTICA

Antártida  =  tradicional e oficialmente é a designação do continente.

• A Antártida localiza-se no extremo sul do planeta.

 Antártica  =  é o adjetivo correspondente à Antártida.

• A região antártica é despovoada.
  
Hoje em dia, porém, popularizou-se, incorretamente, a forma Antártica  para ambos os casos.

  
12  AONDE / ONDE
Onde  = indica em que lugar, dá idéia de algo estático, idéia de permanência.
Onde está meu livro? Onde fica o bar?

Aonde  = indica para que lugar, dá idéia de movimento.
Aonde ele foi? Aonde isso nos levará?

Para desfazer a dúvida, se pudermos substituir por para onde, usaremos aonde.


13  CADÊ / QUE É DE
Cadê, quedê e outras semelhantes são expressões usadas na linguagem coloquial, regional.
A expressão correta é Que é de ou Que é feito de.
Que é de meu caderno?
Que é feito das crianças?
 

14. COM NÓS / COM VÓS - CONOSCO / CONVOSCO
Com nós / com vós - está correto o uso e deve ser feito sempre que nós ou vós forem seguidos de mesmos, próprios, todos ou de um numeral:
• Ele disse que quer falar com nós dois.
• Quer tratar disso com nós mesmos.

Nos demais casos, usa-se sempre conosco ou convosco.
• Os ingressos ficaram conosco.
• Senhor esteja sempre convosco.


 15. CUIDADO COM AS REDUNDÂNCIAS – PLEONASMOS   São repetições desnecessárias de uma mesma idéia:


monopólio exclusivo, panorama geral, adega de bebidas, habitat natural, demente mental, encarar de frente, ganhar de graça, juntamente com, louco da cabeça, pomar de frutas, tráfico ilegal, erário público, elo de ligação, novidade inédita, exultar de alegria, ortografia correta, canja de galinha, repetir novamente, começar pelo início, eis aqui, consenso geral, fatos reais, minha autobiografia, deferir favoravelmente, resultado do laudo, projetar para o futuro, conviver junto, sorriso nos lábios, criar algo novo, general do exército, almirante da marinha, manter o mesmo, labaredas de fogo, despesas com gastos, países do mundo, viúva do falecido, cercado por todos os lados, amanhecer do dia, cabeça decapitada, outra alternativa, metades iguais, hemorragia de sangue, acrescentar mais, saliva na boca, exportar para fora, importar para dentro, adiar para depois, cair um tombo, antecipar para antes, junto com, há muito tempo atrás, cego dos olhos, unanimidade de todos, surpresa inesperada, gritar alto, limite extremo, dupla de dois, pequeno detalhe, caligrafia bonita, parado no mesmo lugar...
 

sábado, 13 de novembro de 2010

PROJETO RONDON - UMA LIÇÃO


             O ano era 1972... isso mesmo, década de setenta do século passado... Estava na Universidade, Faculdade de Letras, PUC/RS.
Uma das muitas coisas boas que me aconteceram naquela época, foi ter participado do Projeto Rondon – um intercâmbio de alunos universitários dos quatro cantos do Brasil.

 Alunos do norte iam para o sul, e os do sul iam para o norte, numa troca de experiências que dava aos universitários a oportunidade de vivenciar, in loco, realidades diferentes daquela onde vivia.
Numa das operações do Projeto Rondon das quais participei, aconteceu esse fato que demonstra apenas uma parte das diferenças regionais existentes. Ainda hoje, quando viajo por esse Brasil a fora, vejo coisas assim que caracterizam cada região como única...
Fomos designados para a cidade de Juazeiro, no interior da Bahia, às margens do rio São Francisco. De um lado do rio, Juazeiro/Bahia, do outro lado, Petrolina/Pernambuco.
Depois de uma viagem de seis dias de ônibus, de Porto Alegre a Salvador (3127km), tivemos apenas um pernoite em S. Paulo, no estádio do Pacaembu...
Marilia com sua longa trança...

Embarcamos noutro ônibus para Feira de Santana (mais 116km). Em Feira de Santana pegamos um outro ônibus com destino a Juazeiro (mais 395km). Total de quilômetros rodados dentro de um ônibus, sem poltronas reclináveis, sem conforto... mas com muito entusiasmo, muita bagunça, muita cantoria...: mais de 3600 km !!

Acreditem, esse magrela, do meio, sou eu sim !!!


Numa das muitas paradas pelo caminho
 Foram longos dias, sentados naqueles ônibus "especiais" que pareciam nunca chegar ao nosso destino. Claro, para que pudéssemos aguentar essa verdadeira aventura, parávamos esporadicamente para esticar as pernas, comermos alguma coisa, ou analisarmos peculiaridades locais... mas dormir - só em S.Paulo ou então no ônibus mesmo...

Chegamos finalmente ao nosso local de atuação. Um grupo de oito jovens gaúchos, estudantes universitários de diversos cursos, para uma atuação conjunta com a Prefeitura local, no desenvolvimento de projetos previamente acordados entre a Coordenação Nacional do Projeto Rondon e a Prefeitura. Após uma calorosa recepção, fomos encaminhados para um hotel – que não era hotel, era pensão mesmo...
Muita bagagem... ainda bem que apareceu um carrinho...

Rapazes em dois quartos, dois a dois, e meninas noutros dois quartos, duas a duas. Tudo muito simples, mas acolhedor. Todos instalados, tivemos, finalmente, uma noite de sono reparador numa cama de verdade e não nos bancos dos ônibus... No dia seguinte, gentilezas de todas as maneiras para conosco. Prefeito, secretários municipais, diretores de escolas, vereadores... enfim, a comunidade inteira nos recepcionou muito bem, colocando tudo ao nosso dispor para que pudéssemos atuar da melhor forma possível. Depois de uma manhã inteira de preparativos, eis que chega a hora do almoço.
A dona da pensão, uma senhora negra, de estatura baixa, bem baixa - devia ter por volta de 1,50m apenas - e uma idade que calculamos ser acima dos setenta anos -  mas que possuía um coração enorme, bem maior que a Bahia, uma rica pessoa, gentil, amável, atenciosa... um amor de pessoa. Sempre querendo nos agradar, de uma forma ou de outra. Pois bem, nosso primeiro almoço foi uma maravilha! Será?

O arroz veio meio soltinho, meio grudado, porque, depois de cozido, foi passado, com o auxílio de uma peneira, sob uma torneira de água fria - para soltar, disse-nos ela! – imaginem! – claro que esfriou tudo...
O feijão com todos os temperos da culinária baiana... porém com uma grossa camada de gordura por cima... e, igualmente frio, ou melhor, na temperatura ambiente. (E nós acostumados com feijão sempre quentinho!!!)


Foi assim no dia seguinte também... até que, no terceiro dia, pela manhã, resolvemos conversar com a senhora dona da pensão... com todo tato, com todo jeito, afinal ela estava tentando fazer seu melhor possível, queria mesmo nos agradar – e acreditava que estava agradando. Como falar com ela? Foi preciso muita diplomacia... mas acabamos falando...
Dissemos a ela que estávamos acostumados a comer a comida TODA quentinha, o feijão sem muita gordura, que o arroz podia vir do jeito que viesse, desde que fosse quente, enfim, explicamos com todo cuidado como eram nossos costumes. Dissemos que entendíamos a sua boa vontade, mas que não estávamos nos alimentando direito daquela maneira.
Ela abriu-se num largo sorriso mostrando toda sua alva dentadura, completa, intacta, coisa rara numa cidade como aquela, e disse: “Ora meninos, porque não falaram antes? Não se preocupem, vou providenciar para que tudo saia exatamente como vocês querem”... E assim fez. Gentilmente fez...

Ao meio-dia, depois de uma manhã de trabalho incessante junto à comunidade, depois de muito caminhar sob aquele sol escaldante, voltamos para nossa pensão para saborear, enfim, nosso almoço, bem ao nosso gosto, conforme nos tinha sido prometido...
Todos à mesa, travessas sendo servidas...
O arroz, bem feitinho – mais ou menos soltinho, e... quente! ...
O feijão, sem camada de gordura e com pouca pimenta, e... quente!
A carne, sem muito óleo ou gordura, e... quente!
As batatas, bem ao ponto, e... quentes...
E, para nossa surpresa... veio a salada de alface com tomates... e ...quentes !!!!!!!!!!!
Ela levara nosso pedido à risca... tínhamos dito que comíamos TUDO quente, pois ela serviu TUDO quente... O alface estava escuro, murcho, o tomate sem cor, ressecado... tinham sido colocados no forno para esquentar!!!
Não nos restou outra alternativa; no dia seguinte alguns de nós não foram atuar para ficar na cozinha orientando as cozinheiras... E desde então passamos a comer como desejávamos.

Ficamos na cidade em torno de 45 dias, tempo de duração das operações do Projeto Rondon. Depois veio a longa viagem de volta, só que, dessa vez, mudamos de ônibus e o pernoite de volta vou no Rio de Janeiro.

Uma longa viagem com a alma lavada e a mente explodindo de novas idéias, com uma nova visão de realidade. Eu, pelo menos, pude vivenciar experiências inimagináveis dentro do estilo de vida que sempre tivera, pude conhecer outro Brasil, que mais tarde viria saber era apenas mais um dentre os inúmerois Brasis existentes dentro desse país continental.
Deixamos lá um pedaço de nossos corações, mas trouxemos muitas lições - de vida, de humildade, de carinho, de amor...
Bons tempos... boas lembranças... uma verdadeira lição de vida...


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Num dia como outro qualquer, estava eu levando meus filhos para a escola. Para quem ainda não sabe, digo que tenho nove filhos (isso mesmo, nove!)
Foto da época do acontecimento da Kombi

E antes que alguém me venha com as mesmas perguntas de sempre, já adianto: sim, todos são naturais, são tidos com a mesma mulher, não há gêmeos e os tenho por opção – minha e de minha mulher, e já havia televisão, sim.
Nessa época, o carro que eu tinha, como não podia deixar de ser, era uma Kombi.

                                        Kombi personalizada... que tal?

Para transportar a turma toda só podia ser uma Kombi. O banco intermediário da Kombi eu virei, colocando-o de costas para o motorista de tal forma que ficavam os dois bancos traseiros de frente um para o outro, o que deixava um espaço bem razoável entre eles.
Em Porto Alegre, o serviço de Transporte Escolar sempre funcionou bem, com uma fiscalização sempre rigorosa quanto à segurança, estado geral dos veículos, licenciamento etc. mesmo antes da existência da Empresa Porto Alegrense de Transporte e Circulação (EPTC) – cujos agentes são carinhosamente chamados de “azuizinhos”.
Pois estava eu indo para a escola, levando comigo uma turminha barulhenta e entusiasmada. Ao chegar, pela parte dos fundos da escola, por onde a maioria dos pais deixava seus filhos, uma fila maior que a de costume se formava. Pacientemente entrei na fila e, depois de vários minutos, pude perceber que havia uma patrulha de fiscalização examinando os veículos que faziam o transporte dos escolares. Um a um, os veículos que faziam o Transporte Escolar eram checados, eles tinham vistoriados os seus documentos, os seus equipamentos, enfim, tudo o que deveria ser visto. Os pais, com seus carros, eram imediatamente liberados, ficando retidos apenas os Escolares – Kombis e Micro-ônibus.
blitz 300x225 Blitz fiscaliza veículos e orienta motoristas no interior

Surpresa!! Eu fui mandado encostar, juntamente com as demais Kombis Escolares. E não adiantou eu tentar argumentar que não estava transportando estudantes, mas sim meus filhos.
Não me deram ouvidos. “Encoste!” – foi a ordem, seca, objetiva. Sem opção, encostei. desci, fiz as crianças descerem e se dirigirem às suas salas de aula.

O fiscal, carrancudo, com cara de poucos amigos, começou a desenrolar um sermão. Sermão com tudo a que tinha direito... irresponsabilidade, falta de consciência, abuso, transgressão das leis de trânsito que proíbem que carros com placas particulares explorem o serviço, que eu estava errado... e por aí a fora. Eu tentava argumentar, e quanto mais eu tentava falar, mais o fiscal se irritava. Quanto mais eu tentava explicar, mais ele esbravejava e ameaçava multar e recolher o veículo... até que, enfim, quem se irritou fui eu... claro.
Paciência tem limites...oras... Foi pior. Ele saiu e foi chamar seu superior, para que fosse providenciado o guincho a fim de recolher o veículo enquanto eu ia ser multado.
Imaginem a situação, inusitada, surreal – um pai levando seus filhos para a escola sendo multado como se estivesse explorando transporte escolar irregular!
Transporte escolar??? Eu ??? Só porque tenho nove filhos??!!
E foi essa mesma a acusação – transporte escolar irregular!!!!!
Foi aí que perdi a paciência de vez... comecei eu a falar mais alto... (acho que falar alto não é bem o termo, mas... )

No portão da escola, sempre houve um funcionário que cuidava da entrada das pessoas, pais e alunos, evitando, assim, que estranhos tivessem acesso à escola. Esse funcionário assistindo a tudo, veio em meu socorro. Afinal, eu já era conhecido por causa do número de filhos – com sete filhos estudando na mesma escola e com mais dois a caminho, só poderia ser conhecido mesmo... Pois foi esse funcionário que me ajudou a esclarecer a situação que, de cômica, já estava longe de ser. Depois de alguns momentos de tensão, fui liberado. Mas tenho certeza de que aqueles fiscais não se convenceram, não acreditaram ...

Pensam que acabou??? Não, não acabou aí... tem mais...
Exatamente um mês depois, outra blitz... E começou tudo outra vez...
Não é que a história se repete!!!!
Como os fiscais não eram os mesmos, precisei passar por tudo outra vez... é filho – não é! é, não é! é, não é...  

É uma situação totalmente fora do comum – um pai ter de provar que as crianças que leva em seu carro são realmente seus filhos, caso contrário tem seu carro recolhido além de pagar multa - por transporte escolar irregular !!!!!!!
Desde esse dia, comecei a andar com as certidões de nascimento no porta-luvas... precaução nunca é demais...
Essa história passou a correr de boca em boca, a ponto de eu chegar em alguns lugares e, depois de me apresentar, as pessoas virem logo dizendo: “Ah! então você é aquele pai que tem uma Kombi e que quase foi multado por carregar seus filhos?”
Coisas da vida... Apenas uma entre tantas outras...

domingo, 7 de novembro de 2010

ESCOTEIROS - UM ACAMPAMENTO INESQUECÍVEL

Primeira parte
Permitam-me os meus seguidores que eu faça, vez ou outra, algum comentário
sobre fatos e acontecimentos que foram marcantes em minha vida.
E exatamente por terem sido marcantes, quero compartilhar com todos vocês.

Um desses fatos marcantes ocorreu num final de semana – 13-14 de dezembro de 1997 - quando eu ainda era Presidente do Grupo Escoteiro Marechal Rondon – 108/RS, em Porto Alegre. Claro que vários fatos marcantes aconteceram, mas houve um em especial que marcou não só a minha vida, mas a de muitos jovens e até de alguns pais.
Como todos sabem, um grupo de escoteiros seguidamente promove acampamentos para que os jovens possam vivenciar experiências junto à natureza aprendendo a respeitá-la e preservá-la. Mas também ocorrem acampamentos com a finalidade de integrar o grupo como um todo, envolvendo jovens, chefias e, em alguns casos, também pais. Pois foi num desses acampamentos que ocorreram várias situações. Convido a todos que participaram, a relembrar comigo alguns dos episódios que ocorreram nesse acampamento em especial.
Acampamento de final de ano, encerramento de atividades. O local escolhido foi o camping Palmm&Hepp, às margens do rio Forqueta, no município de Marques de Souza, a 150 quilômetros de Porto Alegre. Participaram os elementos juvenis do grupo e seus pais, num total de mais de 200 pessoas. Várias atividades previstas, preparativos cuidadosamente efetuados, viagem de reconhecimento do local, reuniões com chefias, reuniões com pais, envolvimento da comunidade local – prefeitura, hospitais de plantão para qualquer tipo de emergência, salva-vidas no camping, enfermeira contratada para estar junto aos jovens, polícias civil e militar, incluindo polícia rodoviária – todos mobilizados dando apoio, enfim, todas as medidas de segurança necessárias para proteger jovens e adultos de qualquer eventualidade. Um trabalho de meses de planejamento para o qual contei com a ajuda inestimável de um grupo seleto de pessoas – pessoas muito especiais, a maioria jovens do próprio grupo.
Acampamento já em andamento, tudo correndo conforme o planejado. Na atividade de abertura, o tempo castigava com um sol inclemente que fez vários jovens e alguns adultos sentirem-se mal a ponto de desmaiarem por causa do calor.

Logo em seguida, os jogos previstos.
Tudo era diversão... especialmente na água...

Tudo corria bem até que...
No Rio Grande do Sul, as tempestades de verão chegam sem dar aviso, o céu transforma-se de um azul anilado num cinza escuro, nuvens carregadas surgem de repente, tudo acompanhado de rajadas de ventos violentos com velocidades arrasadoras. Mas há, algumas vezes, em que isso não ocorre bem assim. Há vezes em que os ventos chegam antes, arrasando, derrubando, entortando tudo que encontram pela frente, seguido por um cortejo devastador de chuvas e trovoadas.
Como dizia, no acampamento tudo corria bem. Os grupos, compostos por adultos e crianças (de sete anos em diante), foram divididos e encaminhados a suas bases. Nesse ínterim, houve uma parada na brisa leve que corria, e o céu começou a escurecer, porém era um acinzentado sem expressão que não indicava uma tempestade para tão logo. Chefias convocadas, análises feitas, decisão tomada, autorizei o prosseguimento das atividades.
Ledo engano!
Os grupos já se dirigiam, alegres, a seus destinos. Um deles, para chegar à sua base, precisava atravessar uma “pinguela”- espécie de ponte pênsil, suspensa por cabos de aço, bem ao estilo Indiana Jones, com mais de 160 metros de comprimento e uma altura que chegava aos 20 metros sobre o rio e as rochas...
Pois não é que o tempo conspirou contra nós!
Quando esse grupo estava atravessando a pinguela, exatamente com todos seus elementos em plena travessia, sem avisar, sem pedir licença, o vendaval chega –- com toda sua fúria característica, dobrando árvores, levantando poeira, sacudindo tudo e arrastando o que podia...
Eu estava ainda no centro do campo de futebol de onde avistava, ao longe, parte da pinguela. Quando sinto o vento, olho por entre as árvores e... fico gelado... atônito... num segundo de verdadeiro pavor, vejo a pinguela sacudindo como rabo de pandorga no ar... e não havia, à minha vista, ninguém sobre a ponte... ela estava vazia – vazia e sacudindo muito!!! Dizem que, nesse instante, larguei tudo que eu tinha nas mãos (até hoje nem lembro o que eu carregava) e que corri para a ponte. Eu queria me certificar do que acontecera, queria saber dos elementos que lá estavam.
O vento batia forte, barracas sacudiam, papéis, folhas e muitas outras coisas voavam, as crianças (os lobinhos – de sete a dez anos) precisavam de prioridade; nesse momento pais corriam, chefias corriam, todos corriam para se proteger e proteger o material do acampamento... Algumas mães, como era de se esperar, desesperadas; pais querendo ajudar, mas que, por falta de treinamento, acabavam mais atrapalhando que ajudando. A confusão era tanta que dava medo mesmo nas pessoas mais experientes.
Nessas horas é que se percebe a validade de um treinamento bem feito, levado a sério. As chefias - todas elas - souberam fazer exatamente o que precisava ser feito, para salvar, orientar e, principalmente, acalmar o ambiente. Os próprios jovens - escoteiros, seniores e pioneiros - agindo com serenidade e com eficiência.
Eu estava correndo para a ponte... chegando lá – grande alívio! A chefia saíra-se muito bem. Heroicamente bem. Ao perceber o vento, ordenou que todos deitassem, se agarrassem aos cabos e rastejassem até o fim.
Apesar do balanço da ponte, foi uma tarefa simples de se realizar, uma vez que os elementos estavam familiarizados com esse tipo de procedimento. Claro – nunca tinham vivenciado algo assim! E, dessa forma, todos chegaram ao outro lado sãos e salvos. Um alívio e tanto.
Só então voltei para verificar os outros. O vento aliviara... as primeiras lufadas sempre são as mais fortes. A chuva começara... era preciso examinar as barracas, refazer os campo... Afinal o acampamento precisaria continuar, estávamos ainda no primeiro dia e muitas aventuras ainda seriam vividas por todos...
À tardinha, uma reunião de chefia para avaliar o acontecido. Nada de grave – apenas uma barraca havia se rasgado – um galho de árvore caíra sobre ela - alguns papéis que se perderam ao vento, algumas roupas molhadas, pais e mães acalmados...
Ninguém ferido, ninguém machucado... apenas com a lembrança que carregamos até hoje e que ainda vamos levar por muitos anos. De um acampamento que acabou sendo, sem dúvida, inesquecível. Para todos, e muito especialmente, para mim.
(O Grupo todo atravessando a pinguela para o culto de encerramento na capela no município de TRAVESSEIRO...observar a cor da água no dia seguinte, depois da tempestade! )

sábado, 6 de novembro de 2010

20 DICAS IMPORTANTES PARA UMA DISSERTAÇÃO

 
















1. Não esqueça o esquema básico da dissertação:
      4 ou 5 parágrafos – 1 de Introdução, 2 ou 3 de desenvolvimento e 1 de Conclusão;
2. Cada parágrafo com, no mínimo, dois períodos;
3. Cuidado com as frases fragmentadas;
4. Planejamento é o segredo:
    Tema – questionamento – respostas – enfoques;
5. Introdução com: Tema + Enfoque 1 + Enfoque 2 (+ Enfoque 3);


6. Nunca use frases feitas, chavões...
7. Jamais converse com o leitor: não use você, nem outro semelhante...
8. Use linguagem formal (padrão) – cuidado com a Língua Portuguesa:   
    acentuação, ortografia, regência, crase, pontuação, concordância...
9. Obedeça rigorosamente aos limites de linhas;
10. Capriche na letra. Não rasure;










11. Coloque título;
12. No desenvolvimento dar um parágrafo para cada Enfoque;
13. Na Conclusão, usar:
      Então, Por isso, Daí, Daí então, Em vista disso,
      Portanto, Dessa forma, Sendo assim, Por tudo isso...
      Nunca usar: Entretanto, No entanto, Porém, Contudo...

14. Jamais usar gírias. Não usar provérbios, ditos populares;
15. Nunca se inclua na dissertação. Não use primeira pessoa. O texto deve ser todo ele impessoal;
16. Não utilizar a redação para propagar doutrinas ou assuntos polêmicos;
17. Nunca analise temas movido por emoções exageradas – política, futebol, religião...
18. Não use abreviaturas de qualquer natureza;
19. Cuide para não repetir idéias ou palavras.
20. Controle o tempo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

RAPIDINHAS GRAMATICAIS -2

 (cont.)

6 À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE

À medida que  = equivale a à proporção que

   Os alunos saíam à medida que  terminavam a prova.

Na medida em que =  corresponde a tendo em vista que, dá uma idéia de causa.

  Todos são suspeitos na medidaem que  não tenham ficado claros os álibis de cada um.


É erro misturar as duas expressões:   namedida que    ou    à medida em que.


  
7  ANTES DO ALUNO SAIR / ANTES DE O ALUNO SAIR
 O sujeito nunca pode ser regido de preposição. No caso de orações reduzidas, a preposição deve ficar separadamente, embora, no uso coloquial, se faça a contração.
  Antes de o aluno sair.
  (e não: Antes do aluno sair.)
  Tudo aconteceu antes de ela chegar.
  (e não: Tudo aconteceu antes dela chegar)
  Está na hora de eles voltarem?  
  (e não: Está na hora deles voltarem?)


 8  ÀQUELE(S), ÀQUELA(S), ÀQUILO
Com acento indicativo de crase sempre que puderem ser substituídos, respectivamente, por a este(s), a esta(s), a isto.
O sentido da frase pode alterar-se, devemos levar em conta apenas a estrutura frasal.
     Dei o livro àquele  aluno.  (Dei o livro a este aluno.)
     Referiu-se àquilo  com orgulho.  (Referiu-se a isto com orgulho)
     Fez elogios àquela mulher.  (Fez elogios a esta mulher.)

9  ARRIZOTÔNICA / RIZOTÔNICA
Chamamos de rizotônicas as formas verbais cujo acento tônico encontra-se dentro do radical. São arrizotônicas são as formas verbais cujo acento tônico encontra-se fora do radical.
     Canto - rizotônica pois a sílaba tônica can está no radical;
     Cantamos - arrizotônica pois a sílaba tônica ta está fora do radical.
São rizotônicas, de todos os verbos da Língua Portuguesa, apenas as três primeiras pessoas do singular e a terceira do plural do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo.
As demais são todas arrizotônicas.

  
10  ASTERISCO
 A forma correta é asterisco e nunca asterístico.
     O item foi assinalado com um asterisco.
     Disque asterisco e o número tal...
  *    Infelizmente temos ouvido, pelo rádio, a propaganda de uma determinada operadora de telefonia para discarmos “asterístico alguma coisa” – uma pena. (aliás é espelho do atendimento que essa operadora nos dá!)



 Você sabia...



1.  A R T H U R   e  
OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA
... que foi em 1469 que Thomas Malory publicou as histórias do rei Arthur e dos cavaleiros da Távola Redonda? E que nessa ocasião, Malory estava preso, cumprindo pena na prisão de Londres?



2. BIG-BEN

... que o famoso relógio, marca registrada de Londres, foi construído em 1859 pelo Ministro do Interior inglês, sir Benjamin Hall.

Como era muito alto, tinha o apelido de Big Ben.

 (Big = grande  Ben = diminutivo de Benjamin)?






3. A I P I M
... que AIPIM é uma palavra de origem Tupi: ai’pi, e que essa raiz recebe, ainda, os nomes de macaxeira e mandioca?



4. BLABLABLÁ

... que BLABLABLÁ ém subatantivo que já figura em alguns de nossos bons dicionários? 
Equivale à expressão nhenhenhém e significa: conversa fiada, lorota, tagarelice.
Há a expressão popular "conversa pra boi dormir" que tem o mesmo significado. Blablablá tem sua origem no francês: bla-bla-bla.



5.   C A L I P Í G I A

... que os gregos possuíam deuses e deusas para tudo?
E entre esses deuses encontra-se uma deusa chamada de Vênus Calipígia?

Analisando a origem etimológica dessa palavra, temos: 
Cali = belo, bonito;  pigea = nádegas, bunda, bumbum...


Vênus Calipígia era uma deusa que possuía um bumbum bonito !!!
Não estaria aí a origem da chamada “preferência nacional”?