terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

 REDAÇÃO E PORTUGUÊS

ATENÇÃO... Reserve as tardes de QUINTAS-FEIRAS...
Vamos aprimorar nossa capacidade de redigir...
Vamos melhorar nossa argumentação...
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INÍCIO DAS AULAS: 12 DE ABRIL

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

VONTADE DE ESCREVER



          ...  mas escrever sobre o quê?               


 Hoje acordei com vontade de escrever. Até aí, tudo bem. Acordei cedo, tomei meu café, limpei a piscina, afaguei com os netos, ajeitei algumas coisas e vim para a frente do computador. E agora? Sobre o que vou escrever?


               
Posso escrever sobre essas férias, com a presença dos netos - agitados, brincalhões, inquisidores, aprendizes, descobridores... Se um brinquedo estraga, quebra ou enguiça – “leva para o vô que ele conserta”, e o vô tem de dar um jeito, seja ele qual for, para não frustrar as esperanças do neto, nem que para isso tenha de usar de certos “artifícios”. Outro dia, um netinho trouxe um brinquedo totalmente destruído, falando, com um ar angelical: “Vô, quebrou, eu juntei todos os pedaços porque sei que tu podes arrumar.” E aí? O que fazer? Dessa vez, a sorte e a casualidade me ajudaram (ainda bem!). No dia anterior, passando numa loja de brinquedos, vi um brinquedo exatamente igual ao que estava destroçado. Mera coincidência, e adivinhem! Claro, não falei nada e, logicamente, lá fui eu... comprei um brinquedo novo e devolvi para o neto como se tivesse consertado o quebrado. O brilho dos olhinhos dele não há o que pague.
                É, mas não é sobre isso que quero escrever.

                Quem sabe escrevo sobre os 52 anos de magistério que estou completando? Sobre minhas experiências como professor. Sobre as escolas por onde passei: foram bastantes, particulares e públicas.  Sobre as pessoas que conheci, os alunos que se tornaram famosos e importantes: ministros, juízes, desembargadores, professores, médicos, dentistas, advogados, misses, apresentadores de televisão, repórteres, empresários e, até, políticos... Para falar sobre as experiências no magistério, seria necessário muito espaço, isso só para falar das coisas boas. Porém, haveria um grande espaço também para as coisas ruins, as frustrações, os sonhos desfeitos, os engodos pelos quais os professores passam, as falcatruas que sofrem, as promessas não cumpridas pelos gestores da Educação...
Hummm... acho bom não falar sobre isso...

De repente, posso escrever sobre minha experiência no Amazonas. Minha querida Manaus! Um sonho de criança: conhecer a maior floresta tropical do mundo. Desde pequeno, na escola primária ainda, a Hileia Amazônica me fascinava. O gigantesco rio Amazonas, o rio Negro, o rio Madeira, o rio Acre, o rio Branco, os igarapés, os igapós, o pirarucu, as onças... O majestoso, lindo, deslumbrante Teatro Amazonas... Confesso que, por muito tempo, tive aquela visão distorcida que geralmente quem é do sul tem sobre a região: índios, onças e árvores... Mas, depois de estudar mais detalhadamente a região, ainda no segundo grau, minha visão mudou... e muito... fazendo minha paixão aumentar. Depois de anos, acabei tendo a oportunidade de lá morar por algum tempo. E, morando lá, pude conhecer tudo isso e muito, muito mais. Roraima, Rondônia, Venezuela, Guiana... Algumas reservas indígenas como a Yanomami, a Waimiri-Atroari... alguns parques e reservas naturais...  Mas o que mais me fascinou foram as pessoas: um povo lindo, receptivo, caloroso... Apesar do calor, um povo que vive feliz, que trata as pessoas com urbanidade, apesar de ser, ainda, explorado por grupos remanescentes da velha “política do coronelismo”, do “carteiraço”, do poder econômico mandante...
Não... não é sobre isso que vou escrever...

Já sei, vou falar de política... Não... Não vale a pena. A sujeira, a bandalheira, a bandidagem é tão grande, que não vale a pena escrever sobre esse lixo. Vou dar minha opinião em outubro, com meu voto.

Essa indecisão me faz lembrar de tanta coisa ... e não chegar a lugar algum!  Vou pensar mais um pouco e, está decidido:  hoje, não vou escrever. Vou deixar para outro dia, quando a inspiração for mais generosa comigo... 

              Há algo para eu fazer imediatamente - vou lá dar um mergulho no mar com meus netos...