domingo, 20 de maio de 2018

ESCRITA A MÃO


ESCRITA A MÃO AJUDA A FIXAR MAIS DADOS, APONTAM ESTUDOS
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    Não é uma boa ideia aposentar a tradicional escrita a mão, com lápis e caderno, como ferramenta didática.
    Estudos recentes mostram que, tanto as crianças que estão sendo alfabetizadas, quanto adultos podem ter vantagens no aprendizado quando colocam as palavras no papel, à maneira antiga.
    No caso dos pequenos, traçar as letras com lápis e caneta parece ser uma ginástica mental mais poderosa do que simplesmente procurá-las num teclado, além de potencializar o aprendizado do vocabulário e ser mais útil contra problemas como a dislexia. Para os jovens, anotações feitas em cadernos têm mais potencial para ajudá-los a fixar o conteúdo da aula.
    Ler e escrever, em especial do jeito tradicional, são tarefas cognitivas complexas. É preciso juntar numa única orquestra de neurônios áreas cerebrais de ação motora, de linguagem e de raciocínio.
    Num estudo publicado na revista científica "Trends in Neuroscience and Education", pesquisadoras observaram o que acontece no cérebro de crianças com idades entre quatro e cinco anos que estavam começando a ler.
    Meninos e meninas foram divididos em três grupos. O primeiro era ensinado a traçar letras de fôrma manualmente; o segundo cobria uma linha pontilhada; o terceiro tinha de identificar a letra num teclado de computador.
    Depois as crianças foram colocadas em aparelhos de ressonância magnética e reviam, lá dentro, as letras que tinham praticado.
    As imagens de ressonância deram às cientistas uma ideia sobre o grau de ativação de cada região do cérebro das crianças. Tanto a diversidade de áreas cerebrais ativadas quanto a intensidade dessa ativação foram mais acentuadas nos pequenos que tinham sido treinados a escrever as letras "do zero".
    Para os autores, os achados apoiam a hipótese de que a escrita tradicional ajudaria o desenvolvimento mental infantil, em especial na capacidade de abstração.
    Isso porque a criança precisa conseguir perceber que um "a" é sempre um "a", por exemplo, independentemente da letra ou da fonte usada.
    O resultado desse processo pode ser percebido em alunos de universidades. Um artigo na revista "Psychological Science" mostrou que aqueles que anotavam o conteúdo de palestras a mão retiveram mais da aula do que os que usaram notebooks.
    Ao anotar a mão, o aluno precisa reorganizar os dados da aula com sua própria lógica, o que o ajuda a entender melhor o que o professor está explicando.
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     Segundo Angela de Cillo Martins, coordenadora pedagógica de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental do colégio Dante Alighieri, em São Paulo, a facilidade com que crianças pequenas e até bebês manipulam tablets e smartphones hoje não tem levado a um desinteresse pela escrita a mão na fase pré-escolar.
    "Nas séries iniciais, o objetivo principal é o contato constante da criança com a escrita. Para isso, usamos vários recursos, como computadores, tablets, lousas digitais, folhas avulsas e cadernos", diz Angela. Embora os alunos do ensino médio recebam tablets, em sala de aula continuam escrevendo em caderno, de acordo com ela.
    "A grande vantagem na alfabetização é que, para as crianças dessa idade, o ato de escrever está muito associado ao ato de desenhar, o que incentiva os alunos a manipular o lápis e a caneta", diz Eloiza Centeno, coordenadora pedagógica de educação infantil do colégio São Luís.
    "Mais tarde, a gente nota uma facilidade maior com o teclado quando a questão é ter fluência e velocidade para escrever", conta. "Não acho que seja o caso de usar aqueles exercícios específicos, mas dá para trabalhar a fluência e a legibilidade na escrita a mão, até porque é uma habilidade ainda indispensável no vestibular."                                                            ( REINALDO JOSÉ LOPES )

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