DESCUBRA O
CAMINHO PARA MANDAR BEM NA DISSERTAÇÃO DA UFRGS
A folha em branco assusta, são
linhas e linhas para preencher, de próprio punho, com a pressão por boas ideias
– ou, caso elas desapareçam, que venha pelo menos um raciocínio coerente.
Começar respondendo às questões de língua portuguesa ou enfrentar logo o tema
da redação?
Cada um escolhe seu processo,
mas professores recomendam que o candidato pelo menos escreva algumas ideias de
texto antes de partir para as perguntas de português.
O que exigem os avaliadores é
simples: compreensão do tema e uma expressão argumentativa bem articulada. As
propostas têm variado bastante. Até 2007, temas pessoais eram recorrentes. Mais
ou menos como no vestibular deste ano, que questionou os candidatos sobre o seu
livro preferido – e exigiu sentenças em primeira pessoa. Um ano antes, a
proposta era ligada a uma polêmica do momento: os limites do humor na
sociedade.
Diferentemente do Enem, que
pede uma proposta de intervenção – ética – para o problema proposto, a UFRGS
nem sempre faz essa exigência. Os temas tendem a ser mais sociais, mas o
vestibulando precisa estar preparado para qualquer estilo. E há uma vantagem: o
comando da redação normalmente tem uma proposta bem clara, sem margem para
erros.
– “A UFRGS gosta bastante dessa autonomia. Sempre digo aos meus alunos
que o mais importante é treinar todas as possibilidades. Se o tema for social,
comportamental ou pessoal, tanto faz. A prática é que vai ajudar a acertar – explica
uma, professora de redação de conceituado cursinho.
Praticar
e ler bastante
Vale destacar a diferença entre
o Enem e a UFRGS na correção das redações. Enquanto o exame nacional tolera
alguns erros de grafia, acentuação e pontuação, por exemplo, a federal
quantifica os deslizes. Isso quer dizer que, mesmo que, no campo das ideias, o
texto esteja bem posto, cada erro, por menor que seja, reduz a nota final.
Embora os textos com nota
máxima sejam semelhantes, o Enem favorece os textos medianos, pois a gramática
pesa menos. Na UFRGS, os critérios são claros: 50% de estrutura e conteúdo e
50% de gramática. Há uma tabela de pontos descontados para cada tipo de erro.
Os professores incentivam os
alunos a escreverem pelo menos três dissertações por semana até o dia da prova.
Parágrafos bem desenvolvidos, com frases complexas, se possível relacionando
literatura ou história, agradam os avaliadores da UFRGS. Por tudo isso, também
é fundamental ser um bom leitor. Segundo os professores, ao pegar a técnica
estrutural da dissertação, quem lê bastante dificilmente olhará para as linhas
em branco sem encontrar um bom argumento.
Dicas
1. Caderno de provas na mão, vá direto ler o tema proposto
para a redação – só não vale esquecer de registrar os dados na folha de
respostas. Coloque as ideias no papel.
2. É crucial mostrar que compreendeu o texto. Relacione-o
com a realidade e o contexto em que ele se insere, busque na memória fatos
relevantes para sustentar o seu posicionamento.
3. Deixe claro que domina o vocabulário e a língua, dentro
da norma culta. Evite provérbios, jargões, ditos populares – recursos que pouco
acrescentam à argumentação.
4. Não acredite na sua primeira ideia mirabolante. Dá para
inovar, mas o desafio é construir uma dissertação, não um poema concreto.
5. Rascunho pronto, parta para a prova de português. Vai
que lá no meio esteja uma informação capaz de ajudar? E é sempre bom deixar o
texto respirar.
6. Revise antes de passar a limpo. Corrija acentuação,
pontuação, concordância, regência e crase. Procure repetições de palavras, abreviações
incorretas.
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