OS
FILHOS NÃO PODEM TUDO. CABE AOS PAIS IMPOR LIMITES
(TIBA, Içami. Disciplina-Limite
na medida certa. S.Paulo: Integrare, 2006)
As crianças aprendem a
comportar-se em sociedade ao conviver com outras pessoas, principalmente com os
próprios pais. A maioria dos comportamentos infantis é aprendida por meio da
imitação, da experimentação e da invenção. Se os pais permitem que os filhos,
por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando
noções de limites individuais e relacionais nem lhes passando noções do que
podem ou não podem fazer.
Os pais usam diversos
argumentos para isso: “Eles não sabem o que estão fazendo”. “São muito pequenos
para aprender.” “Sabemos que não devemos deixar…, mas é tão engraçadinho.” É
preciso lembrar que uma criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha
em volta para ver se agradou alguém. Se agradou, repete o comportamento, pois
entende que agrado é aprovação – e ela ainda não tem condições de avaliar a
adequação do seu gesto.
Portanto, cada vez que os pais
aceitam uma contrariedade, um desrespeito, a quebra de limites, estão fazendo
com que seus filhos rompam o limite natural para seu comportamento em família e
em sociedade. Apesar de serem mais fortes, os pais que não reagem à quebra de
limites dos filhos acabam permitindo que estes, muito mais fracos, os
maltratem, invertendo a ordem natural de que o mais fraco deve respeitar o mais
forte.
A força dos pais está em
transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou
não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante.
Pedir um brinquedo é aceitável,
mas quebrar o brinquedo meia hora depois de ganhá-lo e pedir outro, é
inaceitável. É importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante
clara, pois, mais tarde, será preciso dizer ao adolescente de quinze anos que
sair para dar uma volta com o carro do pai não é permitido, e ponto final.
O estudo é essencial; portanto,
os filhos têm obrigação de estudar. Caso não o façam, terão sempre que arcar
com as consequências de seus atos, e estas deverão ser previamente
estabelecidas pelos pais. Só poderão brincar depois de estudar, por exemplo.
Naquilo que é essencial, os pais deverão dedicar mais tempo para acompanhar de
perto se o combinado está sendo respeitado. Os filhos precisam entender que têm
a responsabilidade de estudar e que seus pais os estão ajudando a cumprir um
dever que faz parte da “brincadeira” da vida.
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